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PiTacO do PapO ! 'A Chegada' - 2016

NOTA 8.9 


Na grande maioria das vezes o cinema nos ensinou que alienígenas deveriam ser repelidos , conta atacados, que todos eles representavam uma ameaça para a humanidade.  Em ' A Chegada',  a nova aposta do renomado diretor canadense Dennis Villeneuve,  na premissa como também em todo seu curso,  a história muda de figura.  E se as criaturas 'além terra' , estivessem por aqui para fazer do planeta um lugar melhor? 

Tudo começa quando doze naves extraterrestres pousam em doze pontos diferentes da Terra, o que gera uma crise política internacional e, claro, algum caos pelo mundo. Nos EUA, a linguista Louise Banks (Amy Adams) e o físico Ian Donnelly (Jeremy Renner) são convocados pelo Coronel Weber (Forest Whitaker). A missão dos dois é entender o que os ETs querem por aqui. Essa visão menos clichê da relação entre humanos e alienígenas é do escritor americano Ted Chiang, autor do conto "A história da minha vida", no qual o filme é baseado. 


No meio desse entreveiro todo, ainda existe o drama pessoal da protagonista, que abre com uma sequência entre nascimento e morte de sua filha Hannah. Tudo milimetricamente filmado e iluminado ao melhor estilo 'Terrence Malick' (uma beleza de introdução por sinal) onde Villeneuve já nos diz que pretende fazer mesmo diferente das histórias de extraterrestres que vemos por aí: nada de guerras recheadas de trocas de bombardeios e bichos deformados emitindo grunhidos estridentes. A direção trabalha uma dupla perspectiva, tanto no grande evento da chegada das naves alienígenas, quanto nas dificuldades da protagonista no seu mundo recém caído. 

A partir do momento que o mundo passa a querer entender o que se passa e fazer dos diálogos a maior arma para se chegar a um acordo, tudo parece ficar mais claro; e é aí que entra a personagem de Adams que justamente vive uma linguista que tenta de todos os modos desenvolver um meio de comunicação com o desconhecido. Apostando nesse lado denso de ser, faz- se mesmo desnecessário os famosos 'tromba tromba' de naves espaciais. 

Por falar em naves,  as de Villeneuve são ovais e opacas, sem luz , sem sons robotizados, se assemelham mais à uma peça de decoração contemporânea de formas arredondadas que atraem ainda mais os olhos, ornamentam e somam positivamente para a já bela fotografia de Bradford Young. Quem conhece Villeneuve pelos estonteantes 'Incêndios' (2010) e 'Sicário - Terra de Ninguém'(2015) sabe que dele não viria um filme 'pipoca' com o objetivo somente de entreter: travestido de ficção científica (tal como fez Nolan em 'Interestelar') o filme faz uma crítica suave e eficiente da intolerância do ser humano, e mostra como a falta do diálogo pode ser prejudicial tanto para resolver grandes problemas mundiais ou um corriqueiro drama de família. 

'A Chegada' tem roteiro e narrativa de fácil captação,  mas em contra partida,  a certa altura tem ritmo bem pausado. Portanto, vá animado para duas horas bem interessantes sim , mas preparado para diálogos e cenas bem longas. 






Vale Ver ! 



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