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PiTacO do PapO! 'Até o Último Homem' - 2017

NOTA 8.5



A carreira de Mel Gibson no cinema sempre teve lá seus altos e baixos. 
Tanto como ator quanto diretor, ora ovacionado por crítica e público,  ora direto pro ostracismo e esquecimento - assim como todo artista. O showbiz é cruel. Mas não resta dúvidas que , como grande profissional que é, o poder de se reinventar também é algo a se considerar na trajetória artística de Gibson. Em 'Até o Último Homem', que chega essa semana aos cinemas brasileiros, ele explora com maestria o cinema contemporâneo tendo como pano de fundo a guerra. 


O longa acompanha a história real de Desmond T. Doss (Andrew Garfield) , um médico do exército que, durante a Segunda Guerra Mundial, se recusou a pegar em armas e matar pessoas. Sendo assim, durante a Batalha de Okinawa, ele trabalhou na ala médica e salvou mais de 75 homens, sendo condecorado, fazendo de Doss o primeiro Opositor Consciente da história norte-americana a receber a Medalha de Honra do Congresso.



É notável a predileção em elevar os temas fé e cristianismo em suas produções. Como esquecer 'A Paixão de Cristo' (2004) ou 'Coração Valente' (1995), filmes que balançaram as estruturas no mercado cinematográfico e que carimbaram definitivamente o passaporte de Gibson para o hall seleto de grandes diretores. Aqui, o bom moço temente a Deus que cumpria a risca os mandamentos, se deparou com o maior dilema de sua vida - como assim ir pra uma guerra pra matar?  Ele só tinha uma palavra em mente: salvar. 

Ele não entendia e não aceitava porque um homem tinha o direito de tirar a vida de outro, e em contra partida, seus companheiros não entendiam o porquê do seu alistamento. A visão deturpada da guerra emerge dos dois lados - tanto dos seus superiores, que dizem que o inimigo representa o mal e deve ser extirpado (ainda que sejam cristãos) ou mesmo para Doss, que tinha uma imagem um tanto quanto romântica da guerra até se deparar com ela. É claro, ele foi fiel aos propósitos e o que ele julgava ser um desígnio de Deus pra com sua vida, e felizmente foi honrado por sua tomada de posição - firme e corajosa independente de ter uma arma em mãos. 

É certo que o longa de Gibson 'tire fininho' de clichês _ que não dispensa exaltar o patriotismo americano enquanto 'demoniza' o inimigo. Mas outros tantos atributos me impedem de colocar em dúvida a qualidade desta obra: o rigor técnico nas cenas de ação (com alto nível de tensão inclusive), a fotografia atraente de Simon Duggan e por fim, a atuação marcante de Garfield que vai mostrando a que veio principalmente na segunda metade do filme.

'Hacksaw Ridge' (no original) foi muito além de um simples filme de guerra e se há um mérito nisso, há de pertencer a afiada direção de Mel Gibson. 







Vale Ver ! 


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