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PiTacO do PapO! 'Manchester à Beira Mar' - 2017

NOTA  9.0




Prepare-se pra sentir fortes emoções nesse drama familiar devastador.

Casey Affleck é Lee, um 'faz tudo' que conserta encanamentos, rede elétrica, vazamentos, etc. Ele é estourado, carrancudo e com cara de poucos amigos. E parece se punir o tempo todo, arrumando brigas e se isolando do mundo cada vez mais. Vive triste, calado e melancólico. Seu irmão Joe morre precocemente e ele é designado a ser tutor do sobrinho Patrick até que ele atinja a maioridade, sendo assim obrigado a voltar para Manchester, sua cidade-natal, e encarar os demônios do passado. Patrick (Lucas Hedges, em atuação contida pela qual foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante) é um adolescente que foi criado pelo pai pois a mãe era uma doida e bêbada. Ele joga hóquei, toca numa banda de rock e namora duas garotas ao mesmo tempo.


A relação tio/sobrinho mostra-se muito difícil e conflituosa, porque como todo adolescente, Patrick se considera apto para viver sem direção alguma. Ele quer continuar morando em Manchester e assumir o controle do barco de pesca do qual o pai era sócio, enquanto Lee quer que eles se mudem pra Boston. Tudo entre eles é motivo pra atrito e discussão, desde a vida escolar, até o motor do barco e o funeral do pai.

Antes da morte do irmão, Lee teve outra tragédia na família que acabamos conhecendo ao longo da trama, onde o presente se mistura ao passado em flashbacks muito bem colocados. Quando finalmente sabemos o motivo de tanto amargor, ficamos arrasados junto com o personagem. Casey Affleck é um ator mediano - que subitamente foi elevado ao Olimpo dos grandes atores e é o favorito a ganhar o Oscar de Melhor Ator por esse papel.

De volta à Manchester ele reencontra sua ex-mulher Randi, sofrida mas decidida a reconstruir a vida, vivida lindamente por Michelle Williams (merecidamente indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante)

O filme é um pouco extenso (2h:17 min), sem muita ação ou grandes cenas de impacto. Há longos silêncios, tomadas contemplativas e diálogos calmos apesar de tanto sofrimento. A música é linda -ópera e música clássica na maior parte do tempo- e tudo que não é dito em palavras é expressado através dela, impossível não se comover.

O longa de Kenneth Lonergan, indicado ao Oscar de Melhor Filme, é do começo ao fim sobre perdas, culpa e luto profundo, sentimentos que perseguem todos os personagens. A carga dramática é pesada: não te leva às lágrimas, mas certamente vai partir seu coração.







Super Vale Ver ! 




Por Karina Massud 


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