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PiTacO do PapO! 'Divinas Divas' - 2017

NOTA 9.5




Bonecas, travestis, transformistas...  esses são alguns dos títulos atribuídos aos homens que se vestem de mulher, alguns (e diga-se de passagem , muito poucos) vão muito além - para Rogéria, Jane Di Castro, Divina Valéria, Camille K, Brigitte de Búzios, Fujika de Holliday, Eloína dos Leopardos e Marquesa, a história foi um pouco diferente: elas driblaram todos os preconceitos e dificuldades, e muito mais do que qualquer um desses rótulos, elas (ou eles) podem ser chamadas puro e simplesmente de artistas. 


O documentário roteirizado e dirigido pela atriz Leandra Leal, acompanha a trajetória dessas divas da noite, cujo objetivo principal foi reunir as artistas para a montagem de um espetáculo, trazendo para a cena as histórias e memórias de uma geração que revolucionou o comportamento sexual e desafiou a moral de uma época. Formando a primeira geração de artistas travesti no Brasil, as Divinas Divas ganharam espaço na cultura social de 1960 graças ao Teatro Rival, dirigido pelo avô de Leandra, Américo Leal, e um dos poucos da época a receber performances de homens vestidos de mulher. A celebração dos 50 anos desde a estreia da peça homônima no teatro carioca fez a diretora reunir as protagonistas e amigas de longa data,  e o resultado é uma produção que respira militância, quebra de paradigmas e esteriótipos. 

'Divinas Divas' fez uma boa carreira em festivais: passou pelo Festival do Rio onde levou o Troféu Redentor de Melhor Documentário por Voto Popular e o Prêmio Felix (filmes com temática LGBT. Já em solos americanos, o filme faturou o prêmio do júri popular do festival South by Southwest (SXSW), mas só agora chega ao circuito nacional em apenas 38 salas em todo o país, número este comemorado por Leandra Leal, já que disse várias vezes como foi difícil angariar recursos pra um filme que conta a história de um perfil ainda muito marginalizado pela sociedade. 

Você  vai rir,  chorar, se informar , e ainda descobrir detalhes que se misturam à trajetória do teatro de revista desde os áureos tempos em que as vedetes dominavam os palcos no país. Leandra,  além de apresentar uma história muito bem montada e contada, lança um olhar intimista e sentimental na sua direção, afinal de contas sua própria história se mistura a história do longa. O filme é um livro aberto da vida dessas oito artistas que passaram por muitos palcos pelo mundo e que hoje afirmam que não se arrependem de nada.  

'Non, rien de rien, non, je ne regrette rien'  - a famosa canção de Edith Piaf que Jane Di Castro entoa em dado momento do show parece  traduzir perfeitamente o sentimento. 






Super Vale Ver ! 

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