PiTacO do PapO - 'Deadpool 2' | 2018
NOTA 9.0
A zoeira desprovida de limites e de inovação
Após o arriscado projeto do primeiro filme, em 2016, que buscava inovar o gênero quase cansado de super-heróis no cinema ao trazer o mesmo diálogo que o personagem tem com o público nos quadrinhos, ficou evidente que uma sequência de ‘Deadpool’ seria agendada. Um ano após o sucesso surpreendente do longa protagonizado por Ryan Reynolds, chegou outro filme com censura R (+18, que nos EUA é chamada de R-Rated), dessa vez protagonizado pelo figurão Hugh Jackman: 'Logan'. O filme do mercenário tagarela de roupa vermelha foi um marco histórico e abriu as portas da indústria e mostrou que filmes de super-heróis podem sim ter palavrões e sangue voando na tela.
‘Deadpool 2’ segue a mesma linha do antecessor, sem se distanciar em nada do primeiro filme no tom irreverente. A diferença, no entanto, está na qualidade da produção. O diretor David Leitch assumiu a direção após mostrar seu potencial para os filmes de ação com os sucessos estrondosos de ‘John Wick’ (filme em que foi diretor de unidade) e ‘Atômica’, lançados respectivamente em 2014 e 2017. Leitch trouxe um certo glamour com sua visão de combate corpo a corpo, e a Fox – estúdio que distribui os filmes dos ‘X-Men’ – investiu mais dinheiro na produção do longa, já que o primeiro filme vingou e arrecadou milhões dois anos atrás. Os efeitos, no entanto, fazem ser questionados os milhões a mais investidos no filme, já que há algumas cenas em que (propositalmente, talvez?) fica nÃtida a falta de capricho na pós-produção. Falta um senso orgânico à s coisas (principalmente ao avião dos X-Men ), mas isso não faz mal se for levado em conta o trailer onde o próprio Deadpool brinca com a ineficiência dos responsáveis pelo CGI.
Com sua qualidade nas cenas de luta aumentada e com o acréscimo de personagens carismáticos em boas doses de violência e ação na pegada ‘Velozes e Furiosos 7’, o filme se desenvolve com a agilidade da fala de Wade Wilson e, ironicamente, se deixa engasgar com um roteiro que sofre com sua própria magnitude, como o zoado ‘Liga da Justiça’, de 2017. Não há uma definição exata da intenção da trama, e isso gera uma ligeira sensação de desequilÃbrio no tom e na hora de algumas piadas. Mais uma história que não se define entre ser um filme sério que tenta ser engraçado e um filme engraçado que tenta ser sério, mesmo apesar da presença constante da famosa zoeira impregnada no caráter de Deadpool. Isso, no caso desse filme, não é ruim; pelo menos não a grosso modo. Gera uma cena dramática cafona e demorada, que faz o público se questionar se não seria apenas uma piada sem muita graça, mas não chega a incomodar, mesmo com a forçação de barra.
Em uma premissa simples à lá ‘O Exterminador do Futuro’ (existem várias semelhanças, sério!), o roteiro – que por alguns momentos se prova preguiçoso, como anunciado nos trailers – faz uso de alguns escapismos um tanto presunçosos. A maioria dos personagens secundários é descartável e a promissora Dominó acabou sendo um papel mais 'apelão' do que realmente relevante dentro da trama (apesar de ser fenomenal a cada nova aparição).
Sem se arriscar ou reinventar a si mesmo, 'Deadpool 2’ se faz uma comédia emotiva e melodramática sem grandes ambições. Um filme pipoca que, mesmo sendo mais do mesmo, consegue entregar um bom resultado e cativa o grande público sem precisar que Josh Brolin estale os dedos com um olhar psicopata.
Super Vale Ver !
A zoeira desprovida de limites e de inovação
Por VinÃcius Martins @cinemarcante
Após o arriscado projeto do primeiro filme, em 2016, que buscava inovar o gênero quase cansado de super-heróis no cinema ao trazer o mesmo diálogo que o personagem tem com o público nos quadrinhos, ficou evidente que uma sequência de ‘Deadpool’ seria agendada. Um ano após o sucesso surpreendente do longa protagonizado por Ryan Reynolds, chegou outro filme com censura R (+18, que nos EUA é chamada de R-Rated), dessa vez protagonizado pelo figurão Hugh Jackman: 'Logan'. O filme do mercenário tagarela de roupa vermelha foi um marco histórico e abriu as portas da indústria e mostrou que filmes de super-heróis podem sim ter palavrões e sangue voando na tela.
‘Deadpool 2’ segue a mesma linha do antecessor, sem se distanciar em nada do primeiro filme no tom irreverente. A diferença, no entanto, está na qualidade da produção. O diretor David Leitch assumiu a direção após mostrar seu potencial para os filmes de ação com os sucessos estrondosos de ‘John Wick’ (filme em que foi diretor de unidade) e ‘Atômica’, lançados respectivamente em 2014 e 2017. Leitch trouxe um certo glamour com sua visão de combate corpo a corpo, e a Fox – estúdio que distribui os filmes dos ‘X-Men’ – investiu mais dinheiro na produção do longa, já que o primeiro filme vingou e arrecadou milhões dois anos atrás. Os efeitos, no entanto, fazem ser questionados os milhões a mais investidos no filme, já que há algumas cenas em que (propositalmente, talvez?) fica nÃtida a falta de capricho na pós-produção. Falta um senso orgânico à s coisas (principalmente ao avião dos X-Men ), mas isso não faz mal se for levado em conta o trailer onde o próprio Deadpool brinca com a ineficiência dos responsáveis pelo CGI.
Com sua qualidade nas cenas de luta aumentada e com o acréscimo de personagens carismáticos em boas doses de violência e ação na pegada ‘Velozes e Furiosos 7’, o filme se desenvolve com a agilidade da fala de Wade Wilson e, ironicamente, se deixa engasgar com um roteiro que sofre com sua própria magnitude, como o zoado ‘Liga da Justiça’, de 2017. Não há uma definição exata da intenção da trama, e isso gera uma ligeira sensação de desequilÃbrio no tom e na hora de algumas piadas. Mais uma história que não se define entre ser um filme sério que tenta ser engraçado e um filme engraçado que tenta ser sério, mesmo apesar da presença constante da famosa zoeira impregnada no caráter de Deadpool. Isso, no caso desse filme, não é ruim; pelo menos não a grosso modo. Gera uma cena dramática cafona e demorada, que faz o público se questionar se não seria apenas uma piada sem muita graça, mas não chega a incomodar, mesmo com a forçação de barra.
Em uma premissa simples à lá ‘O Exterminador do Futuro’ (existem várias semelhanças, sério!), o roteiro – que por alguns momentos se prova preguiçoso, como anunciado nos trailers – faz uso de alguns escapismos um tanto presunçosos. A maioria dos personagens secundários é descartável e a promissora Dominó acabou sendo um papel mais 'apelão' do que realmente relevante dentro da trama (apesar de ser fenomenal a cada nova aparição).
Sem se arriscar ou reinventar a si mesmo, 'Deadpool 2’ se faz uma comédia emotiva e melodramática sem grandes ambições. Um filme pipoca que, mesmo sendo mais do mesmo, consegue entregar um bom resultado e cativa o grande público sem precisar que Josh Brolin estale os dedos com um olhar psicopata.
Super Vale Ver !
DIREÇÃO
- David Leitch
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Fabian Nicieza, Paul Wernick, Rhett Reese, Rob Liefeld, Ryan Reynolds
Produção: Lauren Shuler, Ryan Reynolds, Simon Kinberg
Fotografia: Jonathan Sela
Trilha Sonora: Tyler Bates
Estúdio: Donners' Company, Kinberg Genre, Marvel Enterprises, Marvel Entertainment, Twentieth Century Fox Animation, Twentieth Century Fox Film Corporation
Montador: Craig Alpert, ElÃsabet Ronaldsdóttir
Distribuidora: fox
ELENCO
Bill Skarsgård, Brianna Hildebrand, Eddie Marsan, Hayley Sales, Hunter Dillon, Jack Kesy, Julian Dennison, Karan Soni, Leslie Uggams, Lewis Tan, Luke Roessler, Morena Baccarin, Nikolai Witschl, Rob Delaney, Ryan Reynolds, Scott Vickaryous, Shioli Kutsuna, Stefan Kapicic, T.J. Miller, Tanis Dolman, Terry Crews, Zazie Beetz
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